sábado, 24 de setembro de 2011

Voz e vez.

Pela primeira vez eu senti isso:
alguém tão certo de si, confiante, destoante, distante...
Antes era só eu, sozinha quem dava as cartas.

Pela última vez usei das palavras,
e as deixei falarem demais.
Daqui pra frente somos nós:
eu, e meus pensamentos.

Dessa vez parece que temos ação.
E isso não é necessariamente bom.
Dessa vez parece que perdi meu coração.

Falar menos, agir menos, pensar menos.
Por que pode ser que pelo caminho
eu perca também o seu coração.

domingo, 11 de setembro de 2011

2

Dois, e me lembro como se fosse ontem desse dia.
Cada sensação, cada imagem...
Todas guardadas aqui na minha memória, pra daqui nunca sair.
Quanta expectativa, quantas fantasias, quanta imaginação...
Não dormi, não quis comer, não pensei em outra coisa...
O relógio começou a passar mais devagar, meus passos ficaram rápidos.
Quanta agonia!

Quando finalmente você veio, cada célula minha se animou, eu não sabia o que esperar, mas era você.
E lá de cima eu te vi, cada movimento meu foi pensado, foi refletido, foi questionado.
Primeiro momento: uma grade e meus neurônios agoniados.
Segundo momento: seus braços no meu abraço.

E você era tudo aquilo, você era real.
Você reparou no sofá, e nas minhas mãos.
Eu reparei nos seus olhos, só neles.
Como se nada nunca tivesse sido dito, falamos sobre tudo.
Será que eu realmente tava entendendo o que você dizia?

Trocamos as palavras pelo silêncio, e ele nunca fora tão bom...
Trocamos os pensamentos por ação.
Trocamos sentimentos e emoção.
Me troquei por você.

E como eu queria que aquele dia jamais acabasse!
Que tudo aquilo se transformasse na minha eternidade...
Quando depois olhei nos seus olhos de novo, eles sorriram pra mim.
Eles sempre sorriram pra mim daquele dia em diante.

E a cada 30, isso passa de novo na minha mente, a cada 30 eu posso sentir toda a magia daqueles dias que ficaram pra trás, a cada 30 eu me lembro de como foi bom, de como é bom, de como foi destino, de como foi feliz, de como foi único, de como éramos nós, só nós... 2.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Os outros.

Você não sabe como eu vivo meus dias com a maior dubiedade de sentimentos que eu já senti na vida. Tenho separado as coisas do meu dia nas coisas que me fazem bem e que me deixam alegre, e as coisas que fazem minha paciência acabar e que me entristecem e me enlouquecem no péssimo sentido.
Mas não importa o quão difícil tudo isso seja, o quão pesado tudo isso possa ser, a única coisa que me mantém aqui, calada e passiva é você, aquele que mais pesa na balança, que equilibra, que mantém o sorriso estampado em mim.

Sempre fiz o tipo insensível, intocável, oca, indiferente. E diga-se que eu sempre fui assim em todos os lugares, com todas as pessoas. Inúmeras reclamações eu já recebi por isso, e minhas resposta não ultrapassa meus pensamentos e se traduz por palavras, o que eu quero é indizível, é perigoso demais pra ser dito.
Há apenas uma cena que me vem à mente, sempre, não importa o motivo, sempre a mesma. Tão simples, mas tão inalcançável.

Desde que o amor bateu à minha porta essa coisa aumentou, criou força, uniu vontades, se multiplica dentro de mim a cada dia. É algo que diria que jamais voltará atrás, nem que o amor vá embora, minha vontade é grande demais pra escapar. Só vou parar quando conseguir sentir o vento, o sol e a chuva no meu rosto.
As palavras dos outros nunca machucaram tanto quanto elas machucam agora. Será que esses outros se importam só com eles mesmos? Não deixam uma vida viver, não deixam um ar respirar, não quererem que os livros aprendam, que o amor ame.
Basta uma, uma única sentença pra arruinar toda a felicidade de que havia em mim. E essa mesma felicidade tem a última importância na lista de paz que os outros me fazem todos os dias.

Minha mente é minha, nela os outros nunca vão entrar, nunca vão compreender...
Peço desculpas se saí do formato original, se estou tentando achar a chave que abre esse cadeado, no caso de não achar uma, terei que arrebentá-las.
Peço desculpas se fui feita de aço, se os outros não acharam meu calcanhar de Aquiles.
Me perdoem, mas eu sou do mundo.
Basta a vida e você.

Situações inovadoras bateram à minha porta, você estava atrás dela, e que surpresa boa, que visita agradável, vou lhe servir todo o meu amor, esperando que você fique por um longo tempo, e nenhum motivo me fará sair da sala de estar e deixar a visita sozinha.
Arrumarei o que for preciso, me liguem, me mandem cartas, mas daqui eu não saio. A visita é ilustre o suficiente para que eu não perca nenhum detalhe dessa estadia.
Ninguém vai tentar sabotar o café, arrancar o pé da mesa, trocar o açúcar pelo sal, eu garanto o sucesso disso aqui.
Se a vida disfarçada de Esfinge fez questão de me propor seus próprios enigmas e desafios, eu sou obrigada a tomar toda a audácia e coragem de Édipo para enfrentar todas elas e salvar meu destino. O que quero dizer com todas essas metáforas é que não me importo com quantos obstáculos a vida vai impor, com quantas tentativas os outros vão tentar me fazer desistir, não me importo com os números que nos separam, com as nossas momentâneas correntes, com o que os outros dizem...
Não me importo com nada, sempre haverá uma maneira de sair. Haverá uma maneira de quebrar tudo, de colocar cada vez mais você dentro de mim.

Conto com a paciência, com a prudência, de ambos, minha e sua, porque os deuses me dizem o final dessa história. Seremos abençoados por Apolo e por Afrodite no final de tudo. Ares e Atena vão lutando entre si pra conseguirem sobressair sobre minhas atitudes até tudo isso acabar.
No final, a insistência sempre ganha, a vontade vence, o desejo é atendido.
E você sabe que não há mais nada nesse universo que eu mais anseie do que você, cada voz muda dentro de mim grita dias e noites seu nome, meus neurônios insistem cada vez mais em tomar minhas lembranças guardadas e as jogar nos meus olhos, as palavras agora tem vontade própria, o que regula meu humor é você, o que me faz completa ainda que faltando um pedaço é você.

E eu lhe garanto meu amor, nós poderemos ter tudo, e teremos...