quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Frágil

Tem sido difícil aguentar em pé todos esses dias, as lágrimas escorrem sem que ninguém saiba.
Tenho sofrido calada durante todo esse tempo, os meus sentimentos são diferentes dos outros.
Por mais que eu já tenha aceitado minha derrota, aquele gosto amargo fica a cada vez que olho pra trás.
Já não acredito mais que seja capaz de voar, meus pés estão muito concretados nesse chão cinza.
Por mais que eu já tenha estado aqui por diversas vezes, aquele sentimento de perdição insiste em me seguir.
Já não acredito mais que seja capaz de mudar, meus pensamentos já me prenderam demasiadamente à essa cabeça dura e escura.

domingo, 20 de outubro de 2013

Ethos

          Acabei de ler um artigo de Dominique Maingueneau sobre o ethos nos textos escritos e falados, e eu que sempre gostei tanto das aulas sobre a teoria da conversação, percebi que nada absorvi, que o meu próprio ethos é ridículo, sem identidade nenhuma, ou se tiver, não passa de uma identidade medíocre.
          Assim estava escrito: ...o ethos por meio da comunicação revela a personalidade do enunciador. São traços de caráter que o orador deve mostrar ao auditório para causar boa impressão.(...) Eu sou isto, e não sou aquilo.
          Foi ali que minha ficha caiu. Que ethos de merda esse o meu! Descobri que não me contento em ter apenas uma imagem, devo ter mais ethos diferentes do que sapatos... Me desesperei. Que tipo de imagem eu estou transmitindo para o meu auditório? E não tenho vergonha de admitir que vai depender muito da pessoa que se senta na minha frente, afinal de contas, eu sempre tive meus diferentes graus de afinidade com cada um, e não posso sair mostrando meu verdadeiro ethos assim pra qualquer um não...
          E quem será que conhece esse meu verdadeiro ethos? Batata, eu sei quem é... E mais uma vez, que merda de ethos é esse? Uma enunciatária louca, desesperada, aquosa, pegajosa, irritante, falante, e nada confiante. Eu, toda pose e toda prosa, tendo um ethos verdadeiro como esse? Pelo amor de Deus...
          Olhando pra trás, e relembrando de algumas coisas, acabei por entender que aquele meu ethos forte, firme, fixo, concentrado, focado, se perdeu em alguma esquina por ai, e decidi que vou procurá-lo e achá-lo!
          Maingueneau que se mostrou tão simpático, tão ilustre nas minhas noites nessa última semana, de repente de dá uma facada, assim, bem no meio do meu nariz. Perdoe-me Maingueneau, mas eu realmente não consigo reconstruir esse meu ethos, não importa o que você diga... Vou caçar aquele antigo que já estava prontinho, tão bem sucedido, tão brilhante, tão sedutor...
          Depois de vaguear pelos meus pensamentos, refletindo sobre tudo isso, terminei de ler o artigo, e fiquei na expectativa de ter algum tópico sobre a dificuldade de desenvolver um ethos quando há um bloqueio mental/físico/imbecil, mas não achei. Poxa, Maingueneau, como é que você não pode escrever sobre isso? Tenho certeza de que todas as mulheres com mil e um ethos queriam saber sobre isso também.
          Vamos caçar aquele meu antigo ethos, mas e se eu o encontrar, será que ele ainda vai caber em mim?

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Um gosto

Eu gosto de não gostar de mim,
eu só não gosto quando não gostam do que eu gosto de mim.

Eu gosto de não gostar de mim,
eu só não gosto de gostar dos que não gostam de mim.

Eu só gosto daqueles que não se importam com o que eu gosto,
apenas gostam de mim.

1 minuto

A palavra foi dita
Dura, rochosa, sozinha.
A resposta foi vista
Liquida, silenciosa, sozinha.

Como na infância
me calo, me abalo,
me deixo cair.
Como na infância
eu choro, eu choro,
eu choro.

A flecha foi lançada,
acertou em mim em cheio.
O sangue invisível brota,
todos os dias,
cada dia mais.

Como sempre
me calo, me abalo,
me deixo morrer.
Como sempre
eu morro, eu morro,
eu morro.

De que adianta morrer,
se mil vidas tenho?
De que adianta sangrar,
se ainda há mil litros
pra chorar?

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

mais uma sem rumo.

Vim para me desculpar,
dizer o quanto eu sinto.
Tenho lhe julgado errado.

Foi difícil te encontrar,
começar minha vida com você,
e agora estar onde estou.

Você descobriu minhas fraquezas,
me questionou e me enlouqueceu.

Se houvesse como voltar no tempo...

Estou andando em círculos,
sem achar a saída,
o cálculo que eu nunca quis fazer.

Sempre soube que você seria meu desafio,
e é com vergonha que digo que fracassei.

Sempre soube que você seria meu desafio,
mas jamais pensei que fosse tão difícil.

Se houvesse como voltar no tempo...

Passei um tempo me divertindo com números e estrelas,
deixando de lado aquilo que realmente importava.

Questionei minha decisão,
O meu coração passou a falar mais alto.

Volte a me amar,
volte e não me assombre mais.

Ah como eu queria poder voltar no tempo...

Estou andando em círculos,
sem achar a saída,
o cálculo que eu nunca quis fazer.

Sempre soube que você seria meu desafio,
e é com vergonha que digo que fracassei.

Se houvesse como voltar no tempo...

Um Suspirar Perdido

Tudo isso é mais do que eu posso...
É muito mais do que eu posso aguentar.
Você pode até me julgar,
mas você não está na minha pele.

Pelos lugares que eu andei,
pela distância em que agora me encontro.

Eu sei que disse muito, e fiz pouco.

Essa sou eu perdida,
tentando sair do foco.
Estou perdendo a fé,
tentando acompanhar meus próprios pensamentos...

Pelos lugares que eu andei,
andei poucos passos, vacilei.

Eu sei que disse muito, e fiz pouco.

Achei que seríamos felizes,
achei que seríamos como música,
achei que você seria meu impulso.

Tudo o que pensei,
todas aquelas manhãs sofridas.
Confesso que passei anos pensando só nisso,
em como caminhar com você.

Pelos lugares que andei,
me machuquei em quase todos os obstáculos.

Eu sei que disse muito, e fiz pouco.

Vejamos,
agora falta tão pouco.
Vejamos,
olhe como você me fez cair de joelhos.

Pelos lugares que andei,
fantasiei e agora é tudo ilusão.

Eu sei que fiz muito, e falei pouco.

Achei que seríamos felizes,
achei que seríamos como música,
achei que você seria meu impulso.

E se eu acordasse agora?
Seria tarde demais para manter o foco?

Essa sou eu perdida,
tentando voltar ao foco.
Estou perdendo a fé,
tentando acompanhar meus próprios pensamentos...







domingo, 9 de junho de 2013

Céu.

Procurava por dias, por anos e por toda a minha vida,
o caminho certo para seguir, para olhar, para viver.
Não achei.
Me cansei.
Resolvi escurecer meu céu.

Procurava secretamente cores pro meu céu,
o tom certo, aquele do qual eu jamais enjoaria.
Não achei.
Me cansei.
Resolvi apagar meu céu.

Desisti de procurar o que quer que fosse,
o céu, o mar, e o amor.
Achei de repente você.
Meu céu, meu tom, meu som.
Resolvi desenhar tudo de novo.

Cada traço agora tem duas mãos,
tem duas cores vivas, duas vidas juntas.

Cada paisagem agora tem apenas uma só visão,
a sua e nada mais.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Olhar nos olhos.

Quando você me segura em seus braços, quando olho dentro dos seus olhos, eu sei que Deus existe e não é difícil de acreditar...

Antes de conhecer você o mundo era plano,
ainda que você discorde, senhor Galilleu.
E me cansei de beijar sapos em vão,
e o príncipe encantado, eu jamais encontrei...

Mas assim você chegou,
me devolvendo a fé.
Sem poemas, e sem flores.
Com defeitos, com erros,
mas em pé.

E eu sinto, algo em você,
algo em nós dois...
Que me faz insistir,
quando eu olho nos seus olhos sei que Deus não deixou de existir.

Você o faz viver.

A vida é uma coleção de lembranças,
mas não há nada de que eu me recorde melhor,
desde seus lábios carnudos,
o cheiro de seus cabelos,
até a cor da sua pele.

Não pense que partirás e que eu vou aceitar,
você é o melhor que me aconteceu.
Entre o mundano e o sagrado,
e ainda mais...

E eu sinto, algo em você,
algo em nós dois...
Que me faz insistir,
quando eu olho nos seus olhos sei que Deus não deixou de existir.

Você o faz viver.

Quando você me segura em seus braços, quando olho dentro dos seus olhos, eu sei que Deus existe e não é difícil de acreditar...


https://www.youtube.com/watch?v=iDFhgpoHxtE

sábado, 12 de janeiro de 2013

Dezoito.

     Dezoito meses.
     Completamos tudo isso hoje.
     Aumentando um mililitro dessa poção de amor por dia, colocando um tijolo de cada vez... Como queiram chamar esse clichê chamado 'amor'.
     Já disse um trilhão de vezes que amar é estar disposto a acreditar no destino, no acaso, no impossível!
E quem dizia não acreditar,  finalmente teve a boca calada por você, naquele doce beijo, naquela doce tarde de inverno, naquela cidade que seria o meu divisor de águas pro resto da vida.
Acredito em destino sim, e dai? O agradeço todo santo dia por poder me dar o futuro que já virou me presente.
Impossível seria achar que as coisas se resolveriam por si só, que eu acreditava quando me diziam que quando menos se espera, as coisas acontecem. Pois e não é que é verdade?
     Enfim, cá estamos nós, ultrapassando a barreira do amor, porque o tempo já está vulgar demais pra ser debatido. Celebrar os meses, anos, é apenas uma maneira de te lembrar o quanto eu te amo, e o quanto eu sou fascinada por você... e você bem sabe o quanto eu faço questão de demonstrar isso com palavras (ô benditas palavras que tanto brotam em mim...). Prefiro celebrar o amor, e o quanto ele cresce dentro da gente e de tudo que planejamos juntos. Já passamos por inúmeras situações, idas e vindas de rodoviárias, e aquela saudade que por mais que o tempo passe, ela parece só crescer a cada despedida dentro de mim.
Tantas lágrimas de dor e felicidade, tantas despedidas sofridas, tantas horas gastas me fazendo presente através da tela de um computador... Tantos dias, tantos segundos, e em todos, exatamente todos, eu estive apaixonada por você, pelo seu olhar, pela sua pessoa, pelo seu jeito de me completar...
     Não prevejo prever nada, que a maré nos leve para onde quiser, assim como ela nos trouxe para onde estamos... Que os planos indispensáveis sejam apenas amar e só ter certeza disso; que nossos olhares revelem tudo um ao outro; que nossos lábios sejam os melhores transmissores da nossa felicidade; que os nossos carinhos jamais sejam esquecidos por mais e mais tempo que passemos juntos; que o percurso seja sempre leve por pensarmos por dois e nunca por apenas um; que o tempo continue imperceptível quando estivermos lado a lado; que as vidas que há tempos se cruzaram possam se entrelaçar sempre cada vez mais; que as despedidas sejam garantias de um retorno; e que esse retorno seja breve e que em breve ele seja eterno.
     Dizer palavras de amor não são mais suficientes, e disso você já sabe. É especial pra mim poder quantificar isso aqui que sinto no peito, mas tá cada vez mais difícil de poder fazer isso...
Minha maior alegria é poder fazer parte da sua vida, fazer parte do seu cotidiano, fazer parte de você. Não tem mais eu sem você, tudo se resume a nós, e os bobos que não conseguem incluir um 'amor verdadeiro' em seus sonhos que me desculpem, mas vocês ainda não aprenderam o que é amar... Somos dois, e juntos estamos na mente, no coração, e nos planos um do outro.
     E é assim que eu, que planejava tanto, encontrei minha felicidade. Silenciosa, ela veio e ficou, me fez repensar na vida, e replanejar tudo. Tudo por um, tudo pra ter tudo. E que assim seja.
Amar é a melhor coisa do mundo!
     Obrigada por me realizar e por me deixar voando de tanto amor.
     Falar que te amo agora parece um pouco superficial demais... Você sabe o quanto vai além disso tudo.

Sua.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Parar e pensar.

Cansei de bobagens que vocês insistem em transmitir todos os dias.
Parem e pensem.
Quantos de vocês sabem o que é o desabrochar de uma flor?

Basta de frases prontas que vocês repassam e nem sabem o que quer dizer.
Parem e pensem.
Quantos de vocês já leu Clarice Lispector em sua obra original?

Exercitem os neurônios que vivem pulando no cérebro de vocês.
Parem e pensem.
Quantos de vocês ficou em silêncio por mais de um minuto hoje?

Amem e cansem de amar, amem de novo e se façam ser amados.
Parem e pensem.
Quantos de vocês sabem o que é amar e ser correspondido?

Atrevam-se a ver, ouvir, sentir, coisas que vocês nunca antes fizeram.
Parem e pensem.
Quantos de vocês não dão valor à vida?

Arrisquem mais, na dor, no amor, na sorte, em vocês mesmos.
Parem e pensem.
Quem melhor do que nós mesmos para lapidar o talento que existe dentro de cada um?

Parem e pensem.
Amem e amem mais.
Desliguem a televisão.
Riam mais.
Chorem mais de emoção.

Parem e pensem.
Corram sem parar e sem olhar para trás.
Abram mais livros.
Falem mais.
Ouçam muito mais.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

It's obviously love.


Suddenly a person can come into your life, 
rock you like a hurricane, 
make up your mind and plant a fire in your heart.
I have never believed in love at first sight 
till you came into my life.

Suddenly I am not myself,
I am not thinking right,
upside down, confused, burning inside.
I have never belived that love could take me so right
till you came into my eyes.

Maybe I'm wrong, just fooled by your eyes,
but what a mistake, man!
I wanna live in this mistake for how long God allows me.


Maybe I'm too crazy, just hipnotized by your smell,
and what a smell, dear...
I wanna feel it for how long my nose allows me.

Suddenly I'm not speaking,
I'm loving, I'm letting it flow,
so caught in your spell.

Now, I'm just a fool,
another girl talking about love.
Being obvious, so in love.

Now I'm just a fool,
Now I'm just yours.

2013

     Infelizmente não tive tempo anteriormente para recapitular o ano de 2012 anteriormente. As férias paranaenses estão tomando todo o meu tempo... Viver de amor e só de amor não poderia ser mais delicioso.
     Dois mil e doze foi algo entre tapas e beijos, afetos inversamente proporcionais, amor e ódio, glórias e desgraças... Mas enfim, mudou alguma coisa dentro e fora de mim.
Não vou me esforçar para me lembrar do que aconteceu no começo do ano, apenas um ano normal, com uma única mudança: aprendendo francês. Aquele meu costumeiro engajamento inicial tomou conta do meu ser, como sempre, e sua força vai se esvaindo ao longo do tempo. Me apaixonei pelo novo sotaque, parler le français est supér!ontinuam
     No quesito coração, nada mudou, só aumentou. Meu amor e eu, eu e meu amor. Continuamos numa sintonia invejável. Com idas e vindas, rodoviárias e malas. E a saudade sempre presente, apertando meu âmago, me fazendo ser a manteiga derretida do ano! Cumprimos um ano, e que ano, não? Cada dia mais segura de que minha fortaleza é meu amor.
     Agosto mudou tudo! A parte estranha daquela vida familiar aparentemente pacata foi radicalmente quebrada por um acidente. Um segundo que poderia ter mudado tudo: minha vida, e a da minha família toda. Minha querida traffic, nosso querido carro, capotado, no meio da rua. Eu? Ilesa, no ônibus. Meus pais? Dentro do carro, depois de capotarem por cinco voltas inteiras em plena cidade. E o coração? Na boca. E agora? Nada de muito novo pra mim, que por anos ando tenho o velho busão ao meu dispor; mas pro resto da população familiar aquele foi um puta problema. E o inferno começou: nunca brigamos tanto; nunca pensei tanto no meu futuro que parecia tão longe, mas que queria trazer mais pra perto.
     E de repente: bum! Eis que o útil se uniu ao agradável e a reviravolta se fez: um novo rumo, um novo horizonte. Temos novos planos depois de tanta burocracia, de tantos pensamentos e palavras...
Eis que eu me torno mais capaz de acreditar no meu futuro que parecia irreal, mas que se tornou palpável.
Alanna fora de casa, Alanna procurando um lugar pra morar perto da velha universidade de São Paulo, Alanna pensando na conclusão do curso. Alanna enfim, criando assas e aprendendo a voar.
     E cá estamos, nas férias, nas férias de amor, aproveitando cada segundo disso aqui, se eu vou voltar ou não, já nem sei responder... Encarar os fatos de ser uma estudante pobre é triste demais. Virar madame em Castro é mais atraente. Prefiro encarar os dias sem pensar demais, a realidade se aproxima, mas ainda não chegou.
Pensar demais, é fazer de menos. Que seja como planejado, que seja maluco, e amado, e como quiser ser. Feliz 2013.