segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O pior natal da minha vida.

          Eu já não curto muito os sentimentalismos que o natal traz, fico tentando parecer alegre e contagiada pelo tão falado ‘espírito de natal’ mas sei lá, pra mim há uma terrível sensação de vazio, parece que algo está faltando, me lembro que o final do ano se aproxima e isso me deixa mais deprê ainda.

Dia 24, véspera de natal, até que acordei contente, afinal hoje é dia de preparativos, de estar com a família e todas essas coisas que o natal traz de ‘feliz’. Ao levantar e ir tomar café, meu pai, como sempre, não acordou de bom humor. Ele já começou a implicar com coisas insignificantes e patéticas que nem me lembro mais. Como é da minha índole, quando essas coisas acontecem eu prefiro ficar na minha, vai que sobra pra mim, né? Melhor não arriscar. O clima residencial já não estava lá aquelas coisas, nunca percebi a fase adolescente tão nítida nessa casa: qualquer coisa que eu faço é errada, fico demais no computador, não ligo pros meus pais, fico demais no telefone, ando querendo sair muito... Blá, blá, blá, está tudo na lista de ‘malcriações’ minhas, e portanto, meu pai resolveu dar um gelo em mim. (--‘)
Voltando, o clima ficou mais natalino ainda! Minha mãe resolveu me perguntar do por que eu estava tão infeliz e chateada. Precisa de resposta, mãe? Só queria paz, só isso.
          Depois de ler, e ouvir Black Sabbath para descarregar as energias, fui inventar de fazer torta de limão, até que foi divertido, mas bastava derrubar um pouco de creme de leite no chão pro clima de natal voltar à pousar sobre a minha casa. (rsrs)
O decorrer do dia foi normal, tava até me rpeparando pro que viria na noite ‘tão’ esperada: família pequena, meu vó dormindo e nem ai pro natal, meu tio só querendo comer e ir embora dormir, minha tia chateada pela recente separação querendo sair dali o mais rápido possível, meu outro tio que viria depois da meia noite para a troca de presentes, o que seria a parte legal da coisa.
          No início da noite, comecei a me arrumar, já pensava à alguns anos atrás do porque me preocupava tanto com que roupa iria ou qual seria a cor do esmalte para a ocasião. Mas, repeti todo o ritual. Me arrumei toda, coloquei vestido, salto e brilho, ia ser legal! Fui pra casa da minha vó, ela aprontando os quitutes, a parte mais saborosa do dia, e eu fui direto à televisão para colocar uma música bem agitada e dançar na sala sozinha. E foi o que fiz. Estava lá, na felicidade, quando o telefone tocou: era minha tia, dizendo que não iria mais. Sabia, cara. Isso era muito previsível, menos dois, o fofo do meu primo também não viria para alegrar a casa.
A partir daquele momento fiquei brava. Sai da sala, e fui pra cozinha, falei um monte, assisti a novela e xinguei aquele autor de cocô que não sabe escrever um enredo descente. Fui pro corredor e ouvi Lady Gaga pra tentar reestabelecer meu espírito. Fui assistir tv e fiquei tão absorta nas bobeiras do Pânico que nem vi que já eram quase meia noite.
Parece que a cada ano uma tradição é perdida. A da vez foi a ausência da laje, não subimos para ver os fogos, que na verdade nunca são espetaculares, são chatos e poucos. O relógio marcou 00.00 e ninguém viu, brindamos e comemos. Mandei uma mensagem pro namorado que me respondeu alegrando o meu natal. Amigos poucos e bons também se lembram me fazendo mandar mensagens em cima do prato de comida.
Depois de comer maravilhosamente bem era só sentar no sofá, conversar sobre qualquer coisa banal e esperar meu tio. Mas, é claro que isso não aconteceu.
Meu pai já quis ir embora! Como assim??????? Ir embora? Mas são 00.40? Ele concordou em esperar um pouco e assim fizemos, eu super bem, cantando e olhando as estrelas na laje, quando meus pais sobrem trazendo todas as coisas. Não, né? Tudo bem, já deu 01.00 da manhã, mas e daí, amanhã ninguém trabalha! Dá pra dormir até tarde... Mas nada adiantou, fomos embora, piada né... HAHAHHA.
          O mais terrível é que no caso apresentado, a troca de presentes ficaria para o almoço, mas eu não estaria lá, eu ia almoçar com a família do namorado, sim, eu ia perder a única coisa felizinha do natal na minha família. Ainda falei pra minha mãe que o resquício de espírito natalino foi brutalmente assassinado por essa atitude de voltarmos cedo.
E quem disse que eu dormi? Que nada, fiquei compartilhando fossas natalinas com o meu ‘irmãozinho’ por mensagem. Fui pegar no sono lá pelas três da manhã.
          O dia seguinte foi bem mais simpático, fui almoçar com a família do namorado sabendo que ele iria viajar no dia seguinte de manhã. Ou seja, ficaria aqui só. =/
Me preparando psicologicamente pra ficar sem vê-lo por 15 dias no mínimo, e isso é muito pra mim, o ano passado quase me matou.
Minha mãe me ligou e me contou sobre a brincadeira de trocar presentes na casa da minha vó, que não teve, por sinal, cada um entregou e já era. Aff, mais uma tradição perdida...
          E foi por essas e outras que esse foi o pior natal da minha vida.

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