sábado, 19 de fevereiro de 2011

Momento.

          Traumas são frequentes depois que passamos por emoções fortes  e ruins, pessoas assim querem a maior distância possível de qualquer pensamento que lembre tal emoção. Não posso dizer que fiquei traumatizada com tudo o que aconteceu. A palavra é outra, foi um turbilhão de emoções que não tem palavra definida em nenhuma língua conhecida. Foi uma equação quase matemática de somas de tristeza, de raiva, de ódio, de alivio, de culpa, de liberdade, de vazio.
Dessa equação o resultado foi esse: eu, mais desumana que já sou, mais fechada que já sou, mais madura que já sou, mais vidrada em novas aventuras e novos conceitos, mais insaciável pela tão recém descoberta da juventude livre. Estava feliz com esse resultado, radiante pelo que me poderia vir à frente.
Tirando a prova real, vejo que ainda sobram quantias razoáveis da antiga pessoa, acho que só pra complicar um pouco mais, mas pra quê me ligar nisso agora? O que mais pode me acontecer?

          Apostei todas as fichas, apontei minhas miras e deixei a vida levar. Afinal ela sempre sabe o que faz, me deixei como um barco à deriva, vivendo, levando, sonhando, esperando, ansiando...
 Primeiramente um barco fantasma aparece à frente, tenta me mostrar novos rumos, novos velhos que já se cansaram de tentativas frustrantes e doentias, mas que sempre me seduzem  e que acabam me levando pro fundo do oceano.
Depois me aparecem barcos antigos, que pareciam amigos, mas que agora se mostram mais do que isso, que me querem na companhia deles, mas minha rota quer vento e onda, nada de âncoras me dizendo para parar.
          Levantei a vela, com a bandeira do amor perdido, do amor desacreditado, da vida feliz pelo acaso, da mente livre, da busca pela sabedoria e da diversão. Minha fuga mental continua, sozinha pelo barco, querendo ser levada, querendo ser deixada pra nunca achar uma ilha, um porto, uma fortaleza...
Nessa filosofia, minha suposta escapatória perfeita durou poucas semanas, levando a vida na brincadeira, achei o que ser primeiramente um oásis, um lugar bonito e sedutor demais pra ser verdade, uma imaginação querendo se aproveitar dos truques da minha mente, me fazendo cair em mais uma armadilha marinha, mas que dessa vez não ia me pegar, ia apenas saborear do canto das sereias desse oásis tão encantador, sabendo que  um dia ele ia passar, ou eu iria recorrer à outros mares.
De repente o oásis me domina, se mostra mais sólido do que pura imaginação, em tão pouco tempo somos dois apaixonados pelas palavras um do outro... E essa incrível capacidade de dominar minha mente continua...

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