sexta-feira, 20 de setembro de 2013

1 minuto

A palavra foi dita
Dura, rochosa, sozinha.
A resposta foi vista
Liquida, silenciosa, sozinha.

Como na infância
me calo, me abalo,
me deixo cair.
Como na infância
eu choro, eu choro,
eu choro.

A flecha foi lançada,
acertou em mim em cheio.
O sangue invisível brota,
todos os dias,
cada dia mais.

Como sempre
me calo, me abalo,
me deixo morrer.
Como sempre
eu morro, eu morro,
eu morro.

De que adianta morrer,
se mil vidas tenho?
De que adianta sangrar,
se ainda há mil litros
pra chorar?

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