domingo, 2 de outubro de 2011

Domingo.

Às vezes eu me esqueço que você também tem vida,
não é meu brinquedo particular,
que você teve passado, vive o presente e espera o futuro.

Às vezes eu sinto coisas que nem sei como explicar,
vontade, ciúme, perda, são e não são.
Sinto falta de me fazer presente,
por estar sempre tão ausente,
dessa voz que insiste em doer
a cada gesto sem mim.

Por vezes eu me flagro pensando assim,
rindo, sonhando, iluminando meu dia.
Por vezes eu me inundo de alegria
e a culpa é exclusivamente sua.

Duas partes, que lutam pra se sobressair,
as duas suas, as duas minhas.
Tão igual, mas tão diferente.
Tudo aliás, poderia ter sido tão diferente...

Não consigo ficar indiferente,
essa coisa se faz presente,
me enlouquece, me corrói,
me destrói, me faz cada dia mais
dependente desse ser ausente.

Quero mais, quero ar,
quero corpo e quero amar,
quero poder tirar tudo do papel
e poder me jogar mais uma vez.

Quero vida e quero mais
quero dias incontáveis,
quero acordar cada dia
e me perder mais uma vez
naquele mar, no seu mar...

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