sábado, 11 de junho de 2011

Amar, amor, amar.

         Engraçado como estamos cercados por um só sentimento. Poderíamos definir tudo com uma só palavra: amor. Se formos à fundo no sentido de cada coisa, chegaremos sempre à ele, essa palavrinha tão pequena, quatro letras, duas sílabas, e tanto conteúdo, tanto significado, infinitos até eu diria.
       
         De um modo mais geral e de maior entendimento, se prestarmos atenção no dia-a-dia lá vamos encontrar muito amor. De manhã, quando eu saio de casa, uma das primeiras coisas que eu faço é ouvir música pra aguentar minha epopeia diária. E pra qualquer música que eu coloque, lá está a temática em comum. Amor, amor e amor. Seja amor não correspondido, amor perdido, amor ainda não encontrado, amor traído, é tudo simplesmente amor.
Mais tarde, já em casa, eu ligo a televisão e qualquer programa passando nos remete ao amor. Novelas estão fartas de tanto amor, as mesmas tramas, as mesmas tentativas de imitar a realidade, as mesmas cenas... Tudo por um amor impossível, um amor proibido.
         
          As relações humanas, tão frágeis, tão superficiais são movidas por amor. Seja em um ‘bom dia’ pro vizinho, seja em um beijo de ‘boa noite’ que minha mãe me dá. Qual a maior razão do mau-humor? Amor. Seja por uma briga, um desentendimento, uma decepção, que seja... Sempre haverá uma pessoa ou um objeto amado envolvido. O dia acaba se algo ferir o intocável amor. E ainda é tão difícil definirmos esse sentimento inexplicável. E ainda é tão difícil confessarmos essa sorte.
         
          Por que todas as vezes que nos apaixonamos negamos? Relutamos até o fim para que não seja verdade, que seja passageiro. Fingimos não ligar, tentamos parecer indiferentes... Mas por quê? O ser humano insiste em tentar afastar o que une!
Por que todas as vezes que nos apaixonamos não queremos que ninguém saiba? Amor é cercado de mistério e não deveria ser cercado de segredo. Deixar transparecer é mostrar vida, é exalar felicidade, tentar esconder só pioram as coisas, parece que fica estampado na cara, não tem como negar.
         
          Claro, amar faz sofrer, ô se faz, mas talvez isso só aconteça pelas falhas humanas em tentar abafar, tentar consertar o que jamais vai funcionar. Se fôssemos honestos com nós mesmos, seríamos capazes de ser com o outro, seja ele a criatura amada ou não.
Essa situação me lembra criancinhas da primeira série com suas primeiras paixonites, suas primeiras experiências, que em 99% se tornam frustradas. Recordando a minha infância quase inexistente, me vejo na primeira série, pensando que era gente, e suspirando por um carinha bonitinho da minha sala. Só eu e meu diário sabíamos, parece que com o passar do tempo não pude me conter e contei à uma amiguinha, pedi segredo absoluto, ninguém podia saber. No dia seguinte, a sala toda sabia, inclusive ele. E isso destruiu uma amizade. Isso destruiu minha paixonite, isso destruiu minha primeira inocente tentativa de amar.
         
          Poetas consagrados, músicos ilustres, atores premiados, todos, eu disse todos, tem uma inspiração. Seja ela um cachorro, um carro, um ideal, lá está o amor.

Choramos de felicidade por amor, choramos de tristeza por amor, viemos à Terra por amor, amor de Deus, amor das moléculas que se uniram, amor dos nossos pais...

Fazemos loucuras por amor, fazemos burradas por amor, fazemos o que não queremos por amor, amamos nos acabar de amar, alguns até amam sofrer de amor...

Nos matamos por amor, nos matamos de amor, amar até o último suspiro, amar ao ponto de prometer perante Deus que vamos respeitar e cuidar até o fim...

Punimos à nós mesmos por amor, nos esforçamos por amor, brigamos por amor, somos capazes de amar um defeito por amor, nos cegamos por amor, nos fazemos de bobos por amor, revemos conceitos por amor, nos mobilizamos por amor...

Fazemos guerra em nome do amor, tramamos por amor, nos vingamos por amor, nos sacrificamos por amor, desejamos mais o bem dos outros e esquecemos o nosso por amor, apostamos tudo por amor, podemos até perder tudo, mas não abrimos mão do amor..

Somos felizes por amor, abrimos um sorriso por amor, fechamos a cara por amor, idealizamos por amor, desejamos por amor, inventamos coisas por amor, amamos sem razão, amamos o que não deveríamos amar...

Mudamos por amor, negamos por amor, mentimos por amor, confessamos por amor, odiamos por amar demais, odiamos por amar, odiamos por amor. Amamos por simplesmente amar.
          
          Com todos os defeitos, com todas as dificuldades, ainda amamos... E por quê? É inevitável? É necessário? Não sei, ninguém sabe. Mas é único, mágico, intenso, irreversível, incontrolável, simplesmente amável, isso ninguém vai negar.

Amei, amor, amei...
Amava, amor, amava....
Amo, amor, amo!
Ame, amor, ame!
Amaria, amor, amaria.
Amarei, amor, amaria.
Amor, amar, amor...
Amar, amor amar....

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