domingo, 19 de junho de 2011

Aquele dia.

Aquele dia foi tão banal que os anos fizeram o favor de deixar minha memória esquecer. Nem sequer me lembrei do que não poderia esquecer.
Mas não sabia que os mesmos anos que me levaram a lembrança, me trariam novas mudanças.
E tudo naquele mesmo dia. Nem sei precisar a data, que tritste, cabeça fraca.
Só me restou uma foto, quisera que nem isso eu tivesse, parece me deixar ainda mais sem memória. Só vejo o que vestia, e o motivo do dia.
Era festa, era verão, éramos crianças. Ah, agora me lembro da madeira, da poeira, da brincadeira. Mas nada de você.
Somas de anos, continuei tudo, vivi a vida, deixei esquecido aquele dia como tantos outros, que triste, cabeça fraca.
Aquele dia foi tão fundamental que o tempo trouxe à tona a real importância, me permitindo uma nova chance, um novo instante.
E o que parecia banal, encaixou. Agora faz algum sentido, teve um propóstito. E aquele dia que pra mim não tinha mera atenção,
somou tudo o que guardou no esquecimento, elevou ao quadrado e jogou de volta pra mim.
Vidrei, grudei. Até estranho, não costuma ser assim, quanto mais com anos de asfalto separando a lembrança.
E tudo naquele mesmo dia. Nem sei precisar a data, que triste, cabeça fraca.
Sinto que vou agora ganhar mais do que uma foto, talvez um registro interno, meu, pra mim.
Era festa, era verão, éramos dois iguais. Nem me lembro o que pensei sobre você.
Aquele dia foi tão coisa do destino que agora ele me cobra. Tá entendi, mais uma vez você estava certo.
Aquele dia passou do banal para o fundamental em uma quantidade de tempo que nem sei precisar.

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